Histórica Moagem Mariano foi abaixo e vai dar lugar a um edifício de habitação

Desde o passado dia 04 que as máquinas têm procedido à demolição das instalações da antiga Moagem Mariano, na Av. João da Cruz, uma das mais centrais de Bragança. Aquele espaço foi adquirido por um investidor privado e vai dar origem a um edifício de habitação, com apartamentos.
Ao longo dos dias, têm sido vários os curiosos que, de olhar saudosista, fizeram questão de ir observar o decorrer dos trabalhos.
Nas redes sociais, algumas vozes levantaram-se contra a demolição do edifício, construído em 1926.
Ao Mensageiro, o presidente da Câmara de Bragança, Paulo Xavier, disse que não havia nada a fazer. “O Município nada podia fazer porque é privado. Não está classificado no PDM. Por isso, privado pode fazer o que entender e for legal. Era um edifício que estava devoluto há 40 anos, não dava vida à Avenida. Por isso, o privado faz o investimento e estou certo que vai dar nova vida àquela avenida tão central”, explicou Paulo Xavier.
O autarca admite que houve uma tentativa, em tempos, de a Câmara adquirir o imóvel, que esbarrou no preço pedido.
“O Município tentou adquirir aquele espaço há uns anos mas o preço que o dono pedia era muito alto. Houve um privado que comprou e investiu.
O Município nada podia fazer. Se fosse um edifício de referência... como não estava classificado, nada de anormal se passou”, disse.
Paulo Xavier lembra ainda que houve outros edifícios que foram sendo recuperados no centro da cidade. “No nosso centro cívico temos edifícios que foram abaixo e vão ser reabilitados. Neste momento, o nosso centro cívico nem parece o mesmo. Há uns anos estava tudo a cair. Isso hoje não acontece.
Agora, 72 por cento das licenças de construção estão no meio rural e 28 por cento no meio urbano. Isto fruto do que é a ARU, que levámos a todas as freguesias.
Há mais de 40 anos que aquele edifício se estava a degradar. É importante continuarmos a reabilitar a nossa cidade e oxalá que os investidores o façam. Nós demos os primeiros passos, com a reabilitações de imóveis para residência de estudantes. Hoje, com os incentivos fiscais, têm sido recuperados imóveis degradados e que estavam a cair. É salutar que isso aconteça”, concluiu.
O Mensageiro tentou contactar os proprietários, sem sucesso.