Jorge Novo

Ano Novo, novas resoluções

O ano velho terminou, mas as primeiras novidades que o novo ano nos trouxe não foram nada positivas pois expõem um Portugal em desfalecimento e o Estado em colapso.
Poder-se-á mesmo dizer que estamos em processo de regressão nos desígnios e no rumo nacionais.
Ao nível dos municípios, o espectro tende a ser o mesmo pelo que, neste dealbar temporal, será premente implementar, paulatinamente, uma mudança na relação entre o Município, os seus eleitos, com os cidadãos, seus eleitores.


O tempo dos gestos

Os gestos imbuídos de verdadeiro afeto e credíveis, heterogéneos à comunicação verbal, transmitem proximidade, cordialidade e respeito pelos outros.
Evidenciam, mais do que dizem, a disponibilidade para acolher e receber, bem como a transmissão do calor humano para além de contagiarem positivamente.
Permitem ainda perceber a capacidade de sentir e consolar, para além, de mostrarem, se preciso for, solidariedade ou sofrer com o outro.
Na verdade, os gestos conectam, como o sorriso... com o coração, e refletem uma forma de viver e de agir.


Não esquecer o essencial

De uma maneira geral, todos nós gostamos de festas! Ainda mais quando, por força da pandemia, elas estiveram quase dois anos em suspenso.
Por isso, não é de admirar que hodiernamente sejam muito concorridas, agregando e congregando um número substantivo de pessoas, ávidas de encontro, de comunhão e de vivências alegres.
Mesmo nestes dias, curtos, chuvosos e frios de Inverno, que contrastam com o calor que emerge de muitas das nossas lareiras, a festa está presente e gostamos mesmo de as organizar e de nelas participar.


A vontade e a Democracia

A democracia é uma construção da vontade. A democracia tem de ser desejada para ser possível e o amolecimento da vontade é um dos fatores da sua degradação que origina a ascensão do populismo nas suas várias formas.
A indiferença ou a simples lamentação e queixume, comportamentos de passividade e marca registada dos tempos hodiernos, empobrecem o nosso sistema democrático.


Pobreza, desigualdade e classe média

O problema da pobreza, que não é por opção religiosa ou filosófica, não é apenas um problema dos pobres.
Desde logo, porque o pobre é uma pessoa como nós e, na perspetiva cristã, é mais, é irmão, e nesta medida, a sua pobreza toca-nos como um problema de humanidade, de dignidade e de fraternidade.
Por outro lado, crê-se haver no mundo bens suficientes para todos, de modo que estes deviam chegar equitativamente e de forma justa às vidas de cada um.


Coreografia existencial

O desporto, em geral, e o futebol, em particular, extrai e depura o melhor e o pior de cada um de nós.
A razão, entre outras, é porque está ligado às emoções, aos nossos afetos, aos nossos gostos e adesões e, portanto, ainda que não seja ipso facto, a uma certa dimensão irracional.
Acresce que, levada a situações de máxima tensão, pela ânsia intrínseca à condição humana de ver obtidos triunfos, mais se evidencia uma certa ambiguidade do verdadeiro eu das pessoas no trato dado aos outros. Os árbitros que o digam...


Hidrodomínio

O mundo está sedento, literalmente, pois tantas são as terras e inclusive os leitos de alguns rios que ficaram em crosta pelas altas temperaturas e pela seca extrema de tempos infindos sem chover.
É desolador ver, como não há memória, caudais tão reduzidos nos rios, os seus afluentes completamente secos e, em tantas praias fluviais, o predomínio da areia e das pedras. Veja-se o que ocorreu aqui em Bragança, com o rio Igrejas.


A Educação começa em casa

A Educação não transforma o mundo. A Educação muda as pessoas e as pessoas transformam o mundo, recorda-nos Paulo Freire.
Neste sentido, a Educação é a chave para um mundo melhor pela qual se assume que cada pessoa pode ser agente construtor de mudança, principalmente de alguns tristes paradigmas atuais (fome, guerra, discriminação, indiferença, ausência de valores, etc), sendo que, para tal, é necessário querer e crer na Educação, para todos, não só no acesso, mas também no seu sucesso.


Assinaturas MDB